terça-feira, 7 de outubro de 2008

Rápido estado de mim mesma

Era quase noite, algumas estrelas já tinham aparecido no céu borrado de laranja e a lua sorria de um sorriso muito amarelo para os que a espectavam de baixo. O dia estava abafado, nem uma leve brisa sequer contornava meu corpo suado para aliviar o calor costumeiro de uma cidade interiorana. Eu caminhava tranquila pelas ruas desertas cantarolando uma das diversas músicas que estavam na cabeça. Olhei para o lado e vi um gato preto assustado, que, ao me ver, fugiu sem hesitar. Aquilo me fez perceber onde eu estava, que horas eram, quem eu era, naquele momento preciso da história. O milhão de pensamentos que infestava meu cérebro há dias resolveu despertar, uma sequência de idéias e sentimentos me ocorreram. Passei por um bar lotado de pessoas bebendo e fedendo a sedentarismo. Quando me aproximei da minha casa, faminta, calorenta, vi que minha mãe estava por ali conversando com o vizinho. Então, fui obrigada a fazer contato com outro ser humano, e, no segundo seguinte, aquele estado de mim mesma havia desaparecido e só havia de voltar sabe-se lá quando.

3 comentários:

Johanna disse...

Quando a gente se toca de quem a gente realmente é são nossos momentos mais interessantes e sombrios, né não?

João Expletivo disse...

Que estava fazendo na rua a essa hora, mocinha!
;)

Anônimo disse...

Sua mãe sabe que vc escreve aqui?