Certas coisas neste mundo estão intimamente interligadas. Agora, a distância física é uma bobeirinha à toa e as barreiras comunicativas ultrapassam a arte do diálogo. Estamos inseridos numa bolha, num ar que possui massa faiscante. Nós, criaturas dotadas de percepção, transmitimos sensações em diversos formatos para vidas que são sem que as reconheçamos. Não distinguimos identidade, mas sentimos a força do receptor. Quem não se esconde de sua capacidade sensitiva não foge do mundo. A troca entre almas observadoras das mesmas substâncias é bonita.
Estou feliz por conceber a sua presença, receber as cores que emanam de ti, de uma felicidade não sinônima de alegria, mas de uma melancolia que arranca reações extremas. É o seu efeito em mim, desconhecido das palavras certas e das melodias harmônicas, dos traços concretos ou conceitualmente tremidos. Estamos aqui, conectados. Parte de você sou eu, e eu sou o mundo, querido que sem motivo aparente me lança olhares furtivos no ônibus de meio dia, querida que passa por mim sem medo de me sorrir, gato que me encara do outro lado da rua. Há pureza na concepção de existir. E ambos sabemos disso na nossa consciência inconscientemente compartilhada.
Um comentário:
É uma pena às vezes andarmos por aí tão desatentos.
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