terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Lullaby

Se dependesse de mim, essa história seria somente sobre pessoas. Duas pessoas indefinidas, seres humanos quaisquer transeuntes desse mundo peculiar. Mas, infelizmente, palavras são necessárias, e, dentre elas, pronomes pessoais. Impossível contar alguma coisa concreta sem eu tu ele nós vós eles misturados nos verbos, adjetivos, advérbios e em todas as outras classes gramaticais.
O começo é o mais difícil, especialmente quando não se sabe ao certo onde ele se inicia. Existem algumas coisas que simplesmente acontecem antes de nos darmos conta delas. A adrenalina do desconhecido amedronta, assusta, afasta, faz as decisões próximas cambalearem, hesitarem, as ações são executadas num escuro incerto, sem prever reações.
Daí ela se arriscou. Fez o que todos devem fazer sempre, em todos os momentos. Tudo seria nada se não houvessem riscos. Num ato precipitado (ou não) e corajoso, expôs-se. Expôs certamente uma confusão de sentimentos obscuros que lhe lotavam e lhe confundiam. Não existiu uma reação verdadeira, assim como não existe nada verdadeiro. Mesmo se existisse, ela jamais saberia.
O tempo faz coisas crescerem e encolherem, ou um dos dois, ou ambos. Expectativas idiotas, e não só elas. Conversas, caminhadas, olhares, blá blá blá. Palavras enganam, sons enganam, tudo engana. Não necessariamente de uma maneira proposital, mas acabam se tornando daquele tipo de coisa. Sem culpa, sem raiva, com mágoa.
Afastar pensamentos é fácil quando não se está sozinho nunca, mas sentimentos não podem ser afastados assim. À noite, quando todos dormem, seus olhos costumam lacrimejar. Uma possível decepção e saudade de tempos remotos e de coisas que existiram somente na sua cabeça manifestam-se, e a insônia lhe impede de aventurar-se por seus vacúolos temporais. Não é simples assim.
Segue-se uma mentira e força-se uma verdade, alguma coisa dentro dela mesma dando pontapés leves que vão, mais cedo ou mais tarde, lhe derrubar no chão duro. A teoria do caos prevê resultados diferentes se olhos tivessem sido fixados uns nos outros. Mas não foram, e não há como mudar fatos ocorridos.
Sua amiga é a aceitação.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Eterno

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