Estávamos numa espécie de grande pátio, do qual desprendiam-se salas uniformes, ou uma só sala que se multiplica em minhas lembranças. O lugar encontrava-se em estado de sufocamento, muitas pessoas preenchiam os espaços e se sentavam em bancos vindos do chão. As pessoas, cujos olhos eu não conseguia ver, balbuciavam constantemente, eu tinha quase certeza absoluta que eram loucas e que aquilo era um hospício. O motivo da nossa estadia era desconhecido e eu não ligava. Podíamos estar alucinando, e quem sabe para eles eu fosse apenas um vulto como eles eram para mim. Todos estavam distantes, e eu não conseguia perceber quais eram vocês. Sei que Will estava longe, encostado numa parede, como que à espera de alguma coisa. Meus passos disléxicos e avoados não cessavam. Fui, então, surpreendida por um ato lúcido de ódio infundado. Um homem velho, grunhindo, arrancou uma faca reluzente do bolso das calças pastéis e marchou em minha direção, apontando-a diretamente para meu rosto. Will postou-se à frente e repreendeu o velho com palavras sérias, fazendo-o desistir e se deixar levar por seu déficit de atenção que lhe mandava caminhar em outras direções. Will não trocou uma palavra comigo antes de voltar para sua posição de guarda, e isso refletiu-se em minha palidez. Mamãe saiu correndo a reclamar pela porta da frente, que, de repente apareceu, aberta, na parede central do pátio abarrotado. Subitamente, eu havia sumido.
Apareci no que deveria ser outro lugar no mesmo prédio ao qual o pátio pertencia, ou num corredor qualquer do labirinto do meu inconsciente. Completamente sozinha dessa vez, ousei passos vagarosos. Deparei-me com um cômodo, por vezes grande, por vezes pequeno, de uma iluminação brilhante, afosca, transparente. Entrei e vi bancos de igreja cristalizados, o suposto altar não vi, apenas os assentos grotescamente bonitos. Um princípio de escada cresceu da cerâmica próxima a meus pés. Um amigo mago veio, sorrindo, não sei de onde, sentou-se na escada e eu me juntei a ele. Saíram de sua boca algumas palavras fortes, e a inércia da sala morta se rompeu, o ferro da escada em espiral foi surgindo, e quando notei estávamos tão alto que quase atingíamos o teto. Deu-se uma festa silenciosa celebrada por pessoas invisivelmente perceptíveis que nos rodeavam. Um leão sem corpo apareceu, e num rugido de desespero me trouxe de volta ao plano físico e mundano do meu despertador.
Apareci no que deveria ser outro lugar no mesmo prédio ao qual o pátio pertencia, ou num corredor qualquer do labirinto do meu inconsciente. Completamente sozinha dessa vez, ousei passos vagarosos. Deparei-me com um cômodo, por vezes grande, por vezes pequeno, de uma iluminação brilhante, afosca, transparente. Entrei e vi bancos de igreja cristalizados, o suposto altar não vi, apenas os assentos grotescamente bonitos. Um princípio de escada cresceu da cerâmica próxima a meus pés. Um amigo mago veio, sorrindo, não sei de onde, sentou-se na escada e eu me juntei a ele. Saíram de sua boca algumas palavras fortes, e a inércia da sala morta se rompeu, o ferro da escada em espiral foi surgindo, e quando notei estávamos tão alto que quase atingíamos o teto. Deu-se uma festa silenciosa celebrada por pessoas invisivelmente perceptíveis que nos rodeavam. Um leão sem corpo apareceu, e num rugido de desespero me trouxe de volta ao plano físico e mundano do meu despertador.
3 comentários:
Tinha leão no meu sonho também.O que você acha que leões significam?
Strudel. Sim, strudel. Oh, meu bem, é tão óbvio...
ô_õ
Uau!
Gosto assim quando eu consigo imaginar exatamente o que acontece.
bom mesmo é o Will repreendendo o velhinho, saiba que o que rola na minha cabeça é algo do tipo: o tal do Will sacudindo o indicador em negativa, soltando um 'não não não' muito sério e o velhinho, depois de se encolher de vergonha, largar a faca no chão para seguir um pensamento qualquer que lhe ocorreu no momento.
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