Por motivo particular do Universo, deu-se a repetição simultânea ou prévia de fatos em outra dimensão. A visão era do passado sendo, naquele momento, gravado, e de rostos desconectados um do outro, porém importantes. O menino estava à frente, e à sua diagonal esquerda traseira, a menina, ambos sorrindo verdadeiramente para a câmera, que traçava um movimento vertical lento e contínuo. Tocava uma música íntima, profunda, que deixou de tocar não se sabe quando ao certo. A câmera, de seu movimento ininterrupto, atingiu o céu azul coberto por pipas de cores indefinidas contornadas pela luz do sol. Mostrando repentinamente o futuro ou o presente, a visão direcionou-se ao mar, com ou sem a filmadora. Três moças com as águas pelas cinturas davam-se as mãos de olhos fechados, concentradas na brisa que soprava do outro continente, ou possivelmente em algo mais intenso que isso. A moça do centro tinha longos cabelos ruivos. Um golfinho preocupado veio até elas e lhes alertou para saírem imediatamente dali. Mudando suas expressões faciais ao ouvirem o conselho do golfinho, correram para as areias e observaram tantos outros animais, cães, gatos, pássaros, todos negros, correrem para fora do mar, em desespero. Troca de realidades, ruptura.
terça-feira, 2 de março de 2010
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