quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cheiro das flores da ilha

Os neurônios estão interligados, realizando rápidos e imperceptíveis, entretando essenciais movimentos sinápticos. Reações químicas, diminutas, dinâmicas. Energia sendo transportada por dentro, aparecendo por fora. Lapsos, consciência, impulsos nervosos num perigoso e frágil equilíbrio. O erronãonecessariamenteerro é facilmente difundido. Alguma coisa pode ir fatalmente mal, e essa coisa provavelmente dependerá de influências de outros tantos cérebros, cada qual com seus próprios sentidos abstratos e inconsciência indecifrável, ilocalizável e impenetrável.
Erros de alguns neurotransmissores e pontes neuroastênicas nomeados por petulantes possuintes de telencéfalos altamente desenvolvidos e polegares opositores podem ser emoldurados por nossos muitos eus-líricos. Alma refratada e refletida em múltiplas micropersonas. Interação de pós e partículas, cores, sons, pequenos movimentos contornados, num mesmo plano. Emissões, transmissões, correspondências, trocas, criações. Os estados de espírito imutáveis, excitados por outros, provocando as tais perigosas reações psicoquímicasfísicasbiológicasfilosóficas não-cientificamente comprovadas, mesmo que pareçam ser. Teoria do Caos.
Uma borboleta, que não é um ser humano, mas que, aos olhos de uma garota possuinte de um telencéfalo altamente desenvolvido e um polegar opositor, é amarela, sobrevoa a grama supostamente verde e provoca um movimento brusco no balanço do vestido supostamente azul de sua observadora. O som do carro dirigido pelo polegar opositor de um homem qualquer, que freia ao ver a garota azul, provoca sentimentos jamais compreendidos num equivocadamente considerado mais importante ser humano que os outros que transitavam por ali, e tais sentimentos o levam a pensar. Pensamentos e faíscas neurocósmicas o fazem realizar ações não previstas em buscas de prazeres mundanos extremamente individualistas que, num outro tempo, talvez próximo e talvez distante, dilacerarão ciclos de vida e correntes sinápticas de outros seres humanos, supostos companheiros de viagem.
Em busca de objetivos contraditórios e pouco pragmáticos, irreais e inventados, os paradoxalmente possuintes de telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor utilizam tais artefatos naturais para alcançar conclusões não-nobres e, por vezes, estúpidas e para fazer algo a respeito destas, esquecendo-se com provável discernimento de que outros fazem o mesmo, e que isso não funciona.
Existem coisas que não possuidores de telencéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor também contemplam, também sentem. Sentir é a palavra. Deveria haver uma espécie de combinação simétrica entre sinapses e estes, tão ou mais importantes. As vezes desistimos de olhar pro Sol por não podermos mais enxergar todas as nossas personagens astrais, e isso é fruto de outros que fazem o mesmo com outros, e por aí deduz-se a icógnita conseguinte.
Eu e meu imaginário somos provas vivas da caoticidade concreta e mutável, admiravelmente transmutável, da natureza de uma vida. Lady Murphy, não há ninguém utilizando seus telencéfalos altamente desenvolvidos e polegares opositores para realizar menções sinápticas e combiná-las com amor, e salvar o mundo.

3 comentários:

Ila Marinho disse...

Efeito dominó confuses me.

artur paschoali disse...

um frio na espinha

котенок disse...

fractais, membranas e supercordas