Após semanas presa a seus próprios joelhos encolhidos, a moça dos cachos rebeldes voou. De cabeça para baixo, deitada no sofá azul anil, olhou o céu e o movimento que o vento por ele traçava, balançando as árvores e desprendendo destas folhas de todas as cores. Levantou-se num movimento despojado, dançou pelo chão frio e espalhou-se por toda a sala. Sentiu suas células vivas respirando. A brisa lhe soprou a face, como que num sussurro, dizendo-lhe: "O que realmente importa". O marcador fosforescente ressaltou palavras de feitos revolucionários, e a música ao fundo puxou o centro de massa, a concentração expressiva. Era hora, passava da hora; misturado à bateria e violino ouvia-se o tic tac do relógio. Sentando-se no parapeito, os cachos da moça olharam para o amarelo dormente do sol. A lembrança do coelho branco de olhos vermelhos subindo no balanço de seu inconsciente lhe deu certeza, e ela, pulando, guiou-se pelos pós cósmicos do infinito, rumo à primeira estrela da tarde.
domingo, 9 de maio de 2010
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4 comentários:
Seria uma Alice no País das Maravilhas??
não...
cara, vc escreve muito bem O.O
de verdade! não é simpatia da minha parte :x hahaha
ow, vc estuda no ALUB, certo?
e vc é amiga da Marina Lara, certo?
HAHAHA
:*
Está ficando cada vez melhor, shea.
Continue. Lendo e repetindo repetindo repetindo o que lê. rsrs.
;*
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