sexta-feira, 16 de julho de 2010

Óbvio

A simpatia com o tempo é tão instável. Mais que inconstante, é separada, fragmentada, seletiva. Desejar velocidade supersônica acarreta na perda dos processos, das passagens, paisagens, viagens, dos caminhos, passos, pássaros, instantes, nuances, invisível, indivisível... Imperceptível. Pela dor da humanidade ao confrontá-los. É a fuga do plano, o pleroma de contos destruidores. Sou eu, é você, nós, sumindo. É nove de julho de dois mil e dez, são dez horas e trinta e um minutos. Somos perdedores do mundo... Why don't you kill us? And... We're already dead.

Não há mundo, não há lugar, não há gente, não há conforto. Não há carinho, não há palavra, não há verdade. Nem sonho, nem compaixão, nem importância, não há importância. Não há sinestesia, anestesia, calmaria. Não há altruísmo, não há vontade. Sem ser humano, sem sinapse, sem cor, sem movimento. Onirismo, metafísica, intimismo. Não há sugestão, revolução. Não há lirismo.

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