terça-feira, 14 de setembro de 2010

Hunting high and low

Com o coração na mão e o frescor da voz nostálgica dos meus nove anos, vem a leveza de uma intimidade transparente. Muito embora os acontecimentos pareçam bater à porta com a inconveniência do arranhão de um gato, o acaso é uma invenção da necessidade humana de explicar. É inacessível e petulante querer outra vida. A brancura abre espaço para expor e fazer lembrar a força das boas sensações.
A madrugada tem me acolhido como minha desconhecida irmã mais velha, abençoando todas aquelas horas certa vez malditas e tornando suportáveis as esquinas abarrotadas de escolhas. Reinventar e ter um cuidado sensível é corajoso e ensina. "É difícil ser quem a gente pensa que é...". Tento, mesmo com a falta de um otimismo que deixaria nebuloso todo esse excesso de realismo.
Pego um pedaço de ônix com meu pulso roxo e torço energeticamente para deserdar encantos com razão. Perder pessoas para resguardar a profundidade de complicações descomplicadas. Não quero desistir de escrever cartas.

"Epifania, é o nome disso. Esses insights". 

2 comentários:

Paola Lappicy disse...

Em súbita sensação de plena compreensão duma qualquer essência, cartas viram peças inventadas de um quebra-cabeça. Não tem por que desistir das cartas. Nem de negar insights.

Gostei do texto. =)

Maurício Campos Mena disse...

Não desista de escrever cartas, honey. Ainda que para você mesmo. Não há nada melhor do que epifanias pela madrugada. Elas que sustentam.

Beijo.