sábado, 1 de janeiro de 2011

Cosmonauta

A parte possivelmente visível dos planos cosmo-sensíveis divide-se em três níveis psicossomático de percepção e funcionamento.

O chapeuzinho da laranja:
Certa vez no espaço e no tempo, numa esfera fogosamente congelante que flutuava pelo Universo, houve um evento engraçado chamado vida. Os resultantes bichinhos ambulantes e não-ambulantes infectados  desenvolveram-se, cada qual a seu ritmo, e tornaram-se concomitantemente cheios de frescura. Sinapse pra lá, circuito nervoso pra cá, ideias permeáveis escorrendo dedos afora pra acolá. Uma lenga-lenga que, através de signos linguísticos arbitrários determinou: complexidade é sinônimo de superioridade (ai, a burrice!). Então deu-se início à organização e dominação da praga do rei dos bichinhos frescos. Foi instaurado um sistema de regras cuja essência deveria ser coercitivamente internalizada pelo filhote ainda transparente e desprovido de cores. A normalidade e a anormalidade, o café e o leite, a moral e a anarquia, o câncer e o cisto, o esquerdo e o direito, o padre e o pastor, o indivíduo e o todo. É o reino das dicotomias ritualísticas que, dessa forma, apossam-se da tampinha da laranja.

O miolo e as sementes do miolo:
A grande consciência, dividida em minúsculas e inúmeras partes dependentemente independentes, subitamente enfoca sua majestosa existência na própria dúvida de existir. A mente é o filtro. As cores passam por redes inventivas astronomicamente diferentes, por cada semente do miolo da laranja. Uma coisa só não é uma coisa só. O invisível comunica-se com o visível, e então os bichinhos frescos e vidas menos exigentes surpreendem-se com o evento cósmico nada casual de cada indivíduo viver unicamente de uma única vez.

A ponta de baixo - o Fim e o Começo:
A poeirinha fisicoquimicobiológica explodiu e aí aconteceu a cabeça do alfinete, o material, o captável. Acolher a grama é como acolher as nuvens ou bichinho qualquer transeunte de G(M)aya. Aquilo que é palpável é inalienável e uno. Tudo é a mesma coisa. O cabelo é o céu e o gosto de sorvete é o nariz do gato que ronrona a música dos cometas que percorrem o inalcançável alcançável através do vento e do cheiro doce de lobina.

4 comentários:

sindro disse...

Oi adorei o seu texto, passe lá no meu blog de textos, beijos e até mais.

Renata Marim Hahon disse...

hm

Francis Espíndola disse...

hm?

Renata Marim Hahon disse...

hm! :D